Eu tento fazer as coisas certo, eu juro que eu tento. Mas acontece que eu não sou perfeita, então tudo que eu fizer também não será. Me desculpe.
Eu tento fazer as coisas certo, eu juro que eu tento. Mas acontece que eu não sou perfeita, então tudo que eu fizer também não será. Me desculpe.
As vezes eu fico pensando se todos esses gênios que passaram pela história, filósofos, matemáticos, químicos e físicos, gostariam de saber que seu legado anda sendo empurrado guela abaixo de jovens e que tudo gira em torno de decorar fórmulas e textos para acumular boas notas e tudo ser esquecido no final do ano letivo.
Será que eles gostariam de saber que todas as suas noites em claro desenvolvendo teses e que todas suas pesquisas incansáveis agora são compactadas em apostilas, mal são explicadas, tudo vem mastigado?
Será que eles gostariam de saber que seus discursos tão bem formulados agora são lidos sem serem refletidos?
Será que eles gostariam de saber que gênios como eles não têm capacidade de desenvolver algo novo porque tem de perder tempo com o que já foi feito e, pior, com o que ele não tem vocação?
Sócrates não foi convidado a tomar veneno por saber as características do trovadorismo, ele criou a consciência coletiva. Copérnico não argumentou contra a igreja estudando regras gramaticais, ele descobriu o real movimento da Terra ao redor do Sol. Marie Curie não foi o primeiro ser humano a ganhar dois prêmios Nobel em áreas diferentes porque tirava notas boas, ela descobriu novos elementos químicos.
Acontecimentos grandes não se prendem em sistemas. Pessoas perigosas não estão em celas ou trabalhando no senado, elas estão presas em sistemas educativos que acreditam poder dosar e avaliar o quão inteligente ela pode ser em áreas que elas não querem seguir. A real genialidade é uma arma perigosa para quem quer se manter no controle.
Perteneciste a una raza antigua de pies descalzos y de sueños blancos.
“A felicidade pode ser encontrada mesmo nas horas mais difíceis, se você lembrar de acender a luz.” - A.D.
Hoje eu recebi uma mensagem no meu celular das minhas amigas me propondo uma balada…eu disse não.
Faz um tempo que eu queria dizer não pra esse tipo de convite. Não que eu não goste de música alta, ou de encher a cara ou de conhecer pessoas novas em estado embriagado. É algo divertido, não vou dizer que não se não vou estar mentindo.
Mas eu não me supro.
Quando eu volto pra casa eu percebi que só fiquei mais algumas horas cercada de gente que eu não conheço fazendo coisas que não me interessam. E eu vou me esquivando, tentando achar uma brecha ou outra ma me divertir, mas…não me supre.
No fim, quando a música para e álcool evapora, o que sobre é a mesma pessoa de antes, só que mais cansada e ainda mais triste. Isso acaba comigo, eu não quero mais.
Minha cabeça é tipo sete montanhas russas entrelaçadas, com alguns carrinhos andando velozmente e outros tão lentos que parecem estar parados. Apesar das diferenças eles sempre querem bater.
Eu não tenho paz interior.
O meu ser aflora em pensamentos e vive internamente de incontáveis reflexões que, muitas vezes, eu deixo de lado porque não dou conta de trabalhar sobre elas. São muitas!
É como se eu estivesse em um lugar super movimentado, com pessoas indo e vindo, falando sem parar. As vezes elas falam coisas úteis, descrevem sonhos bonitos e arriscam dar um riso baixo, mas também existem aquelas que estão apenas gritando, só pra atrapalhar.
Me sinto um rádio sintonizando vários canais ao mesmo tempo, as vozes são uma confusão, e apenas com muita concentração dá pra se ouvir uma palavra solta de uma delas. Maldição que me persegue.
Depois dos quinze anos a vida parece virar do avesso, de repente você percebe que toda a percepção que tinha do mundo na verdade não condiz com a realidade. E a vida vem sem dó, sem calma, vem de uma vez, com socos e ponta-pés bem na boca do estômago…ou na porta do coração.
E aí vem responsabilidades que você não tinha, uma chuva de ordens e decisões que você tem que tomar rápida de precisamente, como se fosse aqueles programas de perguntas e respostas onde o prêmio é a sua vida.
E você ta no caos, preso ao mastro pra não ceder a tempestade mas os raios parecem querer te acertar.
É aqui que a vida começa a desandar, bem-vindos a bordo.
É complicado, porque não importa muito o que eu faça, as pessoas sempre vão virar pra mim e descrever o que eu supostamente sou, pelo signo, pela lua, por Iemanjá, por intuição, que seja.
É sempre a doce Lia. A romântica Lia. A pisciana. A chorona. A sensível.
E quando batem de frente com minha casca dura…”Nossa! Mas não era pra você ser assim, tão grossa”.
Pois eu sou, caralho!
Essa quantidade significativa de psicólogos amadores, astrólogos de redes sociais e mestres em leitura corporal formados pelo Google, só vem me decepcionando e irritando, sem agregar nada de útil pra minha vida.
Da onde surgiu essa mania ridícula de decifrar as pessoas pelo o que elas deveriam ser?
Pois bato o pé mais uma vez e lhe digo que não me espere doçura. Não crie em mim a expectativa de chegar em casa e ser coberto de beijos, nem que eu aceite flores com olhos marejados. Talvez um dia isso aconteça, mas não é porque é o que eu deveria ser, mas sim o que você conquistou.
Lia.
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